A juíza Marina de Alcântara Sena, da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e de Inquéritos Policiais de Contagem, decretou, em 10 de junho, a prisão preventiva do pai de santo Walter Olyndo Macedo, de 78 anos. A ordem foi cumprida na quarta dia 17.
O pedido foi feito pelo Ministério Público, que investiga práticas de violação sexual cometidas durante supostas atividades espirituais conduzidas pelo homem em um terreiro de umbanda, no bairro Água Branca, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A Polícia Civil investiga o pai de santo, de 78 anos, por estupro durante rituais umbandistas em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi preso depois de denúncia de uma das vítimas. Pelo menos quatro mulheres teriam sido abusadas pelo suspeito com idades entre 23 e 37 anos. A polícia acredita que outras podem ter outras vítimas, já que o homem atua como pai de santo há 35 anos.
As investigações começaram em maio, após uma das vítimas procurar a polícia dizendo que tinha sofrido abuso do pai de santoem um centro umbandista no bairro Água Branca.
Esta vítima teria relatado que procurou o homem junto com outras três mulheres, após receber indicações. E que ele propôs um banho de ervas para que cura espiritual.
“Eu fui a primeira a tomar o banho. Ele pediu para eu tirar toda a minha roupa que ele ia dar o banho em mim. Nisso, ele começou a jogar leite e ensaboar meu corpo com folha de alface, falando que fazia parte do banho. Gerou incômodo, mas achei que fazia parte do trabalho dele”, disse uma das vítimas, de 23 anos.
Um segundo banho ainda teria ocorrido e foi quando a mulher foi estuprada. As outras vítimas, que têm até 37 anos, também procuraram a polícia e narraram histórias semelhantes.
O homem foi detido na tarde de quarta-feira (17) quando saía da residência, no bairro Glória, em Contagem. Ele não possuía antecedentes criminais e foi encaminhado ao Sistema Prisional.
“Se existem outras vítimas, pedimos que procurem a delegacia de Contagem ou próximo de sua casa. Ele atua há 35 anos e possivelmente outras devem existir outras vítimas”, informou a delegada Mellina Clemente.
Na decisão que autorizou a prisão, a magistrada destaca que há prova da existência dos crimes e indícios suficientes da autoria, e acrescenta que a segregação do investigado é importante para evitar que ele coloque obstáculos à coleta de provas ou influencie testemunhas.